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Artistas expõem em audiência as dificuldades em manter a tradição do Forró Pé de Serra

Foi realizada na Assembleia Legislativa na tarde desta quinta-feira, 11, a audiência pública “O Abandono do Forró Pé de Serra e as dificuldades enfrentadas pelos artistas sergipanos”. O evento teve o objetivo de ouvir os artistas sergipanos e também todos aqueles que atuam na área cultural sobre os problemas enfrentados para manter a tradição do forró tradicional no Estado.

E o que ficou claro durante a audiência foram os vários problemas que os agentes culturais passam. Desde de falta de espaço para se apresentar, passando pela invasão de artistas de outros segmentos musicais, até a dificuldade para receber os cachês prometidos. E uma sentença: Sergipe não é mais o País do Forró.

“É o que estamos percebendo na prática. É uma pena que a nossa tradição tenha se perdido. Somos invadidos por outros ritmos. Temos festa de forró onde a principal atração não é o forrozeiro. Com isso, fica de fora quem fala da gente, da nossa terra. Quem escreve falando da Praia de Atalaia, da Colina do Santo Antônio, do caranguejo, da nossa tradição”, afirma o juiz, cantor e compositor Sergio Lucas. O magistrado defendeu que é necessário trabalhar políticas públicas no sentido de valorizar a música e o artista sergipano.

“Dizem que é por que é preciso colocar o que o povo gosta de ouvir. Mas eu sempre digo que ninguém gosta daquilo que não conhece. Por isso, é preciso que a gente toque e que haja incentivo para que a gente se apresente. Enquanto artistas de fora não colocam o pé no palco sem o dinheiro na conta, o artista local se apresenta sem nem saber se vai receber”, lamentou.

O cantor e compositor Mingo Santana revelou que com a falta de espaços para que os músicos tradicionais possam mostrar a sua arte, o resultado disso é o preconceito. “A nossa presença aqui é para pedir um olhar, para não sermos maltratados. Pedindo a atenção! A moda sobrepõe a cultura. E os artistas mais tradicionais estão sofrendo preconceito frente a quem toca músicas que são apenas de momento”, alertou.

A autoria da audiência foi do deputado estadual Georgeo Passos, Cidadania. O parlamentar explicou que a intenção do evento era justamente expor as dificuldades dos artistas locais que sofrem todos os anos para encontrar um espaço para se apresentar. “São pessoas que lutam para manter uma tradição que é de todos nós e que precisam ter o nosso apoio”, assegurou.

O parlamentar disse que a expectativa é de que a audiência renda algumas proposituras neste sentido. “Ainda precisamos conversar mais, porém, só de ouvir a fala dos artistas e as ideias que eles trouxeram podemos sugerir alguns projetos no sentido de valorizá-los. Não podemos permitir que esse segmento da nossa cultura continue passando pelas dificuldades que eles sempre enfrentam”, assegurou Georgeo.

Patrimônio

Com a falta de valorização, além do artista, quem sofre é a sobrevivência do forró tradicional. Por isso, há um movimento para tornar o ritmo em patrimônio cultural do País, pelo Iphan. Artistas como Elba Ramalho, Gilberto Gil, Lucy Alves, Mestrinho, entre outros, apoiam esta causa. Paulo Correa, jornalista, pesquisador da música popular brasileira e da música nordestina, falou sobre essa ideia durante a audiência.

“É uma luta importante para identificar o verdadeiro forró em um momento onde aqueles que cantam a música tradicional está ficando de fora das festas juninas. Justamente os artistas que vendem e fazem a nossa cultura. Os que tocam os ritmos que compõem o único e verdadeiro forró”, explicou o jornalista.

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